O CEO da Euroliga, Paulius Motiejunas, expressou a intenção de preservar o legado do basquete europeu em meio à ameaça de concorrência da NBA, que está considerando o lançamento de uma liga europeia em colaboração com a FIBA, o organismo regulador global do esporte. A informação foi confirmada pelo comissário Adam Silver no mês passado.
Motiejunas ressaltou que, embora a NBA tenha um histórico de sucesso e uma presença dominante, a Euroliga acredita que o basquete europeu ainda não atingiu seu pleno potencial, especialmente com o recente crescimento da popularidade do esporte no continente. “Estamos celebrando 25 anos com um público crescente. Somos a liga de basquete número um da Europa e não precisamos de um salvador”, afirmou Motiejunas em entrevista à Reuters.
Nos últimos anos, a popularidade do basquete na Europa aumentou significativamente; aproximadamente 15% dos jogadores da NBA são europeus, incluindo cinco dos últimos seis vencedores do prêmio de Melhor Jogador do Ano (MVP). Essa expansão foi notável durante a Olimpíada de Paris de 2024, onde vários atletas internacionais com experiência na NBA se destacaram. Em contraste, apenas nove jogadores internacionais participaram dos Jogos de Barcelona em 1992.
A estrutura do basquete europeu é complexa, pois os clubes competem em diversas ligas nacionais além da Euroliga, o que difere do modelo unificado da NBA. Motiejunas manifestou preocupação de que a introdução de uma nova liga poderia complicar ainda mais a situação para os fãs e o mercado. “Já é confuso o suficiente para os fãs internacionais. Podemos dialogar e buscar melhorias, mas não precisamos de mais uma liga”, enfatizou.
O vice-comissário da NBA, Mark Tatum, afirmou que a liga está disposta a colaborar com todas as partes interessadas relevantes. Em 2021, a NBA lançou a NBA África, que organiza a Liga Africana de Basquete em conjunto com a FIBA.
Apesar das dificuldades, Motiejunas identificou áreas onde uma parceria com a NBA poderia trazer benefícios. A Euroliga alcançou um recorde de público médio na sua temporada de 25 anos, com 10.589 espectadores por jogo. Ele reconheceu que a NBA possui habilidades significativas de marketing e expertise em direitos de transmissão, evidenciadas pelo contrato de 11 anos firmado em 2024, que totaliza US$ 77 bilhões.
“No entanto, precisamos salvaguardar a essência do basquete europeu, que é distinta. A paixão e a forma como jogamos são características únicas, e isso deve ser mantido”, concluiu Motiejunas.