Euroliga: ‘Não precisamos que a NBA nos salve’

Jogador de basquete recebe troféu de MVP das finais, ao lado de oficial sorridente, em quadra com torcida ao fundo.

Paulius Motiejunas (dir.), CEO da Euroliga, entrega prêmio a Johnathan Motley, do Hapoel Shlomo Tel Aviv • Rodolfo Molina/Euroleague Basketball via Getty Images

O CEO da Euroliga, Paulius Motiejunas, expressou a intenção de preservar o legado do basquete europeu em meio à ameaça de concorrência da NBA, que está considerando o lançamento de uma liga europeia em colaboração com a FIBA, o organismo regulador global do esporte. A informação foi confirmada pelo comissário Adam Silver no mês passado.

Motiejunas ressaltou que, embora a NBA tenha um histórico de sucesso e uma presença dominante, a Euroliga acredita que o basquete europeu ainda não atingiu seu pleno potencial, especialmente com o recente crescimento da popularidade do esporte no continente. “Estamos celebrando 25 anos com um público crescente. Somos a liga de basquete número um da Europa e não precisamos de um salvador”, afirmou Motiejunas em entrevista à Reuters.

Nos últimos anos, a popularidade do basquete na Europa aumentou significativamente; aproximadamente 15% dos jogadores da NBA são europeus, incluindo cinco dos últimos seis vencedores do prêmio de Melhor Jogador do Ano (MVP). Essa expansão foi notável durante a Olimpíada de Paris de 2024, onde vários atletas internacionais com experiência na NBA se destacaram. Em contraste, apenas nove jogadores internacionais participaram dos Jogos de Barcelona em 1992.

A estrutura do basquete europeu é complexa, pois os clubes competem em diversas ligas nacionais além da Euroliga, o que difere do modelo unificado da NBA. Motiejunas manifestou preocupação de que a introdução de uma nova liga poderia complicar ainda mais a situação para os fãs e o mercado. “Já é confuso o suficiente para os fãs internacionais. Podemos dialogar e buscar melhorias, mas não precisamos de mais uma liga”, enfatizou.

O vice-comissário da NBA, Mark Tatum, afirmou que a liga está disposta a colaborar com todas as partes interessadas relevantes. Em 2021, a NBA lançou a NBA África, que organiza a Liga Africana de Basquete em conjunto com a FIBA.

Apesar das dificuldades, Motiejunas identificou áreas onde uma parceria com a NBA poderia trazer benefícios. A Euroliga alcançou um recorde de público médio na sua temporada de 25 anos, com 10.589 espectadores por jogo. Ele reconheceu que a NBA possui habilidades significativas de marketing e expertise em direitos de transmissão, evidenciadas pelo contrato de 11 anos firmado em 2024, que totaliza US$ 77 bilhões.

“No entanto, precisamos salvaguardar a essência do basquete europeu, que é distinta. A paixão e a forma como jogamos são características únicas, e isso deve ser mantido”, concluiu Motiejunas.

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