A ex-tenista americana Serena Williams afirmou que, caso tivesse sido flagrada em um exame antidoping, teria enfrentado uma suspensão de 20 anos e a perda de seus títulos de Grand Slam. Sua declaração surge após o caso do tenista italiano Jannik Sinner, atual número um do mundo, que aceitou uma suspensão de três meses em fevereiro de 2023, após um acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA).
Sinner, que testou positivo para o anabolizante clostebol, alegou inocência, mas sua situação provocou debates sobre a possibilidade de tratamento preferencial em casos de doping no esporte. O período de suspensão do jogador se encerrará em 4 de maio de 2023.
Em entrevista à revista Time, Serena mencionou que, apesar de sua admiração por Sinner e por sua contribuição ao esporte, a resposta ao doping seria severa se ele tivesse sido um atleta feminino: “Eu amaria o cara, amo esse jogo. Mas, se eu tivesse feito isso, teria pego 20 anos. Vamos ser honestos. Os Grand Slams teriam sido retirados de mim.”
O caso de doping envolvendo Sinner levanta questões sobre as inconsistências nas punições entre os gêneros. A tenista polonesa Iga Swiatek, número dois do mundo, também aceitou uma suspensão de um mês em novembro de 2022 após testar positivo para a substância proibida trimetazidina.
A situação de Serena Williams é ainda mais complexa quando se considera o caso da ex-número um Simona Halep, que foi suspensa por quatro anos, embora tenha negado o uso consciente do proibido roxadustat. Após recurso, sua pena foi reduzida para nove meses em 2024.
Serena, que encerrou sua carreira em 2022 com 23 troféus de Grand Slam, afirmou que sempre tomou cuidados rigorosos em relação ao que consumia durante sua trajetória profissional, a fim de evitar complicações como a do doping.