O que mudou no Flamengo depois da gestão Landim?

mudanças no Flamengo após a gestão Landim

A trajetória do Flamengo ganha novos rumos com a posse de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, marcada para 18 de dezembro de 2024. O cenário atual reflete transformações estruturais iniciadas na administração anterior, agora sob avaliação crítica do novo presidente.

Nos últimos anos, o clube consolidou receita recorrente de R$ 1 bilhão e zerou dívidas em 2023. Projetos como o estádio de 80 mil lugares e investimentos em elenco marcaram o período.

Durante a campanha eleitoral, Bap destacou a necessidade de ajustes em áreas como futebol, finanças e infraestrutura. Suas declarações sinalizam um período de revisão de estratégias.

O legado de Rodolfo Landim no Flamengo

Entre 2019 e 2024, o Flamengo viveu uma fase de transformações sob o comando de Rodolfo Landim. O período foi marcado por avanços financeiros e esportivos, mas também por críticas e debates internos.

Conquistas esportivas e financeiras

Nos últimos cinco anos, o clube conquistou 13 títulos no futebol profissional, incluindo duas edições da Libertadores. O crescimento financeiro foi igualmente expressivo:

Indicador 2019 2024
Receita recorrente R$626 milhões R$1,04 bilhão
EBITDA recorrente Não divulgado R$200 milhões

A aquisição do terreno do Gasômetro por R$138 milhões também se destacou como um marco estrutural. O projeto do novo estádio, com capacidade para 80 mil pessoas, ganhou forma durante esse período.

Desafios e críticas durante sua gestão

Apesar dos resultados, algumas decisões geraram polêmicas. A ausência de psicólogos no futebol profissional por seis anos foi alvo de questionamentos. Propostas de internacionalização com clubes portugueses também dividiram opiniões.

O debate sobre a transformação em SAF (Sociedade Anônima do Futebol) foi outro ponto controverso. Enquanto alguns defendiam o modelo inspirado no Bayern de Munique, outros temiam perda de controle societário.

Para conhecer mais sobre a história do clube, leia sobre a homenagem ao Flamengo em eventos culturais.

Mudanças no Flamengo após a gestão Landim

A transição de comando no clube carioca trouxe alterações significativas em sua organização. O modelo de gestão adotado nos últimos anos passa por revisões, com foco em maior profissionalização.

Na Reta Final do Mandato, Landim Destaca Crescimento do Flamengo e Escolhe Sucessor

Renovação na diretoria executiva

O Conselho Diretor teve 15 cargos de vice-presidência reformulados. Sete ocupantes deixaram suas funções durante o processo de transição.

Novas áreas ganharam destaque na estrutura organizacional:

Área Mudança Período
Governança Modelo europeu implementado 2024-2025
Futebol Novo departamento técnico Desde dezembro

Evolução no setor esportivo

O departamento de futebol vive seu momento mais profissional. A possível chegada de José Boto como diretor técnico indica nova fase.

Principais alterações implementadas:

A saída de Marcos Braz após três anos no comando marcou o início das transformações. A estrutura agora segue padrões internacionais de gestão esportiva.

A nova direção de Luiz Eduardo Baptista (Bap)

O Flamengo inicia uma fase distinta sob o comando de Luiz Eduardo Baptista. Conhecido como Bap, o novo presidente assume com propostas que divergem em vários aspectos da administração passada.

Principais promessas e planos

Bap apresentou metas claras durante sua campanha. A rejeição à transformação em SAF foi um dos pontos mais enfatizados:

“SAF nem pensar. Para nada”

Entre os objetivos anunciados estão:

A reestruturação do conselho administrativo também está nos planos. A ideia é modernizar processos sem alterar o modelo societário atual.

Área Meta Prazo
Patrocínios Revisão completa 2025
Transmissões Novos contratos 2024-2026
Base jovem 30% market share 5 anos

Diferenças em relação à gestão anterior

Durante debate na ESPN, Bap fez críticas públicas a decisões tomadas antes de sua posse. O candidato destacou a necessidade de mudanças na política comercial.

O apoio à profissionalização do futebol segue, mas com abordagens distintas. A redução de sua presença em assuntos esportivos chama atenção.

Outra diferença está na comunicação. A nova diretoria busca maior abertura com a mídia, mantendo confidencialidade em temas sensíveis.

O fim da ideia de SAF e o futuro do clube

A decisão sobre o modelo societário do Flamengo definiu um novo rumo para os próximos anos. O conselho administrativo rejeitou a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mantendo o controle nas mãos dos associados.

futuro do clube Flamengo

“SAF nem pensar. Vamos profissionalizar sem vender o clube”

Essa posição contrasta com o modelo do Bayern de Munique, anteriormente defendido. A estratégia agora prioriza crescimento orgânico, sem aportes externos de capital.

Comparativo entre modelos de gestão

Modelo Vantagens Desvantagens
Associação tradicional Controle societário Limitações financeiras
SAF Recursos imediatos Perda de autonomia
Híbrido (SPE) Foco em projetos específicos Complexidade jurídica

A decisão impacta relações com investidores. Grandes grupos mostraram interesse, mas precisarão se adaptar ao novo cenário.

Alternativas para captação incluem:

Manter a dívida zerada segue como prioridade. O clube encerrou 2023 sem obrigações bancárias, marco alcançado nos últimos anos.

O planejamento financeiro prevê:

Essa gestão conservadora busca equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade. O foco está em consolidar o modelo atual, com melhorias internas.

Mudanças no departamento de futebol profissional

O departamento de futebol do clube passa por reestruturação desde dezembro de 2024. As alterações incluem novos profissionais e métodos de trabalho, com foco em maior eficiência.

Nova liderança técnica

José Boto assume como diretor esportivo, trazendo experiência internacional. O português centraliza as decisões técnicas, substituindo o modelo anterior.

Marcos Braz deixou o cargo após três anos como vice-presidente de futebol. Sua saída marcou o início de mudanças na hierarquia do departamento.

O novo sistema implementado apresenta características distintas:

Retorno do suporte psicológico

Após seis anos, o trabalho com psicólogos esportivos foi retomado. A medida busca melhorar o desempenho dos atletas em diferentes aspectos.

Parcerias com universidades fortalecem a formação multidisciplinar. O clube investe em métricas para avaliar o desenvolvimento emocional dos jogadores.

Outras novidades no setor incluem:

O projeto do estádio: continuidade ou mudança?

O futuro do estádio do Flamengo está em análise pela nova diretoria. O empreendimento, herdado da gestão anterior, requer avaliações técnicas e financeiras antes de avançar.

projeto do estádio do Flamengo

O terreno do Gasômetro e os planos de Bap

O clube mantém a posse do terreno adquirido por R$138 milhões. Estudos de Maurício Gomes de Mattos apontam viabilidade para construção de arena com 75 a 79 mil assentos.

Rodrigo Dunshee confirmou a importância do local. A área estratégica no Rio de Janeiro pode gerar parcerias com a prefeitura, conforme declarado por autoridades municipais.

Wallim Vasconcellos destacou a necessidade de separar as finanças do projeto das operações principais. Essa medida busca reduzir riscos para o caixa do clube.

Como o novo estádio afetará as finanças do clube

Nos próximos três anos, a previsão é de R$410 milhões em receitas comerciais. A venda de 1.000 cadeiras cativas deve financiar parte das obras.

Condições para início do projeto incluem:

Rodrigo Tostes, da equipe de Bap, tem experiência em megaempreendimentos. Seu conhecimento será aplicado na análise de modelos auto-sustentáveis, como discutido em projetos similares.

O impacto nos patrocínios master ainda está sendo calculado. Estimativas preliminares indicam valorização de 20% a 30% na marca.

Reestruturação financeira pós-Landim

O cenário econômico do clube apresenta novos desafios na transição de gestão. Dados recentes mostram redução nas reservas financeiras, exigindo ajustes imediatos na política de investimentos.

O impacto no caixa e nas receitas

O saldo em caixa caiu de R$217 milhões em 2023 para R$45 milhões no atual ano. Essa variação ocorreu devido a investimentos em infraestrutura e compromissos assumidos anteriormente.

Para compensar a queda, a diretoria planeja:

A criação de um fundo vinculado ao projeto do estádio busca captar recursos extras. A meta é atingir R$150 milhões com vendas de ativos e parcerias estratégicas.

Possíveis vendas de jogadores para equilibrar as contas

O departamento financeiro estuda alternativas para reforçar o fluxo de caixa. Entre as opções, está a negociação de atletas que não fazem parte dos planos táticos.

Critérios para definição de transferências incluem:

O modelo adotado busca manter equilíbrio entre resultados esportivos e financeiros. Renegociações de dívidas e proteção cambial completam o pacote de medidas.

Indicador 2023 2024
Reservas financeiras R$217 mi R$45 mi
Meta de vendas Não aplicável R$150 mi

Essa reestruturação conta com apoio de especialistas em gestão esportiva. O objetivo é garantir sustentabilidade sem comprometer a competitividade em campo.

Novos nomes na diretoria do Flamengo

A composição da diretoria do clube ganhou novos rostos com perfis técnicos diversificados. Os nomes anunciados trazem experiências complementares para áreas estratégicas da administração.

Quem são os novos vice-presidentes

Kátia Alencar assume a vice-presidência de Responsabilidade Social. Bicampeã pan-americana de polo aquático, ela tem formação em gestão de projetos sociais.

Pierre Alex Domiciano ficará à frente do Patrimônio Histórico. Ex-presidente da Rio Eventos, ele possui especialização em administração pública.

Eduardo de Sousa comandará a área de Consulados. Com três décadas de experiência industrial, ele reforça o perfil técnico da nova gestão.

O papel de Leandro como embaixador

O ex-jogador Leandro integra o programa de embaixadores do clube. Sua atuação fortalece a conexão com torcedores e parceiros internacionais.

As principais iniciativas do projeto incluem:

Maurício Gomes Mattos coordena a reformulação do departamento jurídico. O foco está em adequar processos aos padrões internacionais de compliance.

A diretoria também implementa políticas ESG em todas as áreas. O objetivo é alinhar crescimento esportivo com responsabilidade socioambiental.

Conclusão

O clube encerra um ciclo de transformações e inicia nova fase sob liderança renovada. As mudanças estruturais abrangem desde o departamento de futebol até a política financeira, com foco em sustentabilidade.

O novo presidente adota abordagem distinta na governança, priorizando transparência e crescimento orgânico. Enquanto isso, o modelo anterior destacou profissionalização e resultados imediatos.

Para os próximos anos, a meta é manter competitividade em campeonatos nacionais e continentais. Indicadores financeiros serão monitorados para garantir equilíbrio, como visto em casos similares.

A gestão atual busca consolidar um legado que una tradição e inovação, sem abrir mão do controle societário. O desafio é ampliar receitas sem comprometer a identidade institucional.

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