As ações das companhias aéreas Azul e Gol tiveram um desempenho positivo nesta sexta-feira, dia 26, após o anúncio do cancelamento das negociações para uma fusão entre as duas empresas. Os papéis da Azul subiram 17,14%, fechando a R$ 1,23, e chegaram a ter um aumento de quase 22% durante o dia. Por sua vez, as ações da Gol registraram um aumento de 5,31%, terminando o pregão a R$ 5,95, após uma valorização de cerca de 8,5%.
Esse desfecho ocorre após nove meses de negociações entre o grupo Abra, que controla a Gol, e a Azul. Na quinta-feira, dia 25, a Abra anunciou oficialmente o fim das conversas sobre a fusão. A proposta de união foi anunciada pelas duas companhias em janeiro deste ano. Além disso, o cancelamento também afeta um acordo de compartilhamento de voos, conhecido como codeshare, que havia sido comunicado em maio de 2024.
Em uma entrevista, Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, comentou que as negociações enfrentavam desafios relacionados à concorrência, especialmente dado que o mercado aéreo brasileiro é dominado por três grandes companhias. Ele ressaltou que a fusão entre duas empresas poderia resultar em uma concentração de mercado que prejudicaria os consumidores, aumentando os preços das passagens aéreas.
A Gol justificou sua decisão de encerrar as negociações afirmando que houve uma mudança no cenário, especialmente porque a Azul está passando por um processo de reestruturação internacional. A companhia destacou que, embora houvesse interesse inicial em avançar, as discussões não evoluíram nos últimos meses devido ao foco da Azul em sua recuperação judicial nos Estados Unidos, onde a empresa apresentou um plano de reestruturação sob a proteção do Chapter 11.
O grupo Abra também mencionou que as condições que levaram à assinatura do acordo preliminar mudaram, o que motivou a decisão de interromper as conversas. Apesar disso, a Abra acredita que uma futura combinação de negócios entre Gol e Azul pode ser viável e se mostrou aberta a retomar diálogos com outros participantes do setor.
Em nota, o Ministério de Portos e Aeroportos informou que está monitorando a situação e enfatizou que o setor aéreo brasileiro continua a crescer, com uma demanda crescente por voos, tanto domésticos quanto internacionais. O governo também ressaltou que o Brasil seguirá contando com três grandes companhias aéreas — Gol, Azul e Latam — o que garante competitividade e mais opções para os passageiros.
Vale lembrar que, em janeiro de 2025, a Abra havia assinado um memorando de entendimento com a Azul, com o objetivo de explorar a combinação de negócios. Na época, foi esclarecido que o acordo não era vinculante e que a Gol não fazia parte do acordo, que visava unir os negócios da controladora com os da Azul. Se a fusão tivesse sido realizada, ambas as marcas, Azul e Gol, continuariam a existir de forma independente.
































