Recentemente, cientistas ficaram surpresos ao observar mudanças na coloração do cometa interestelar 3I/Atlas, que passou de vermelho para um tom verde-esmeralda. Essa transformação foi registrada em imagens tiradas em 7 de setembro por fotógrafos amadores, Michael Jäger e Gerald Rhemann, durante o fenômeno conhecido como “Lua de Sangue” na Namíbia. O que inicialmente parecia ser apenas um registro comum se tornou um importante achado ao notarem a nova coloração na coma do cometa, que é a nuvem de gás e poeira que envolve seu núcleo.
A alteração de cor em cometas não é algo totalmente incomum, pois geralmente ocorre quando esses corpos celestes se aproximam do Sol. Neste processo, as moléculas de carbono diatômico (C²) absorvem a luz ultravioleta e emitem uma luz verde. Porém, o 3I/Atlas apresenta características que complicam essa explicação simples. Diferente de outros cometas, ele possui uma baixa concentração de C², o que sugere que outros fenômenos podem estar contribuindo para essa mudança de cor.
Uma das hipóteses levantadas pelo professor de astrofísica da Universidade de Harvard, Avi Loeb, é que o fenômeno pode estar relacionado a um aumento na produção de cianeto. Ele observou que, de acordo com dados do Very Large Telescope coletados em 25 de agosto, houve um aumento significativo na produção de cianeto e níquel sem ferro à medida que o cometa se aproximava do Sol.
O 3I/Atlas tem gerado questionamentos desde seu primeiro registro em julho, levando até o professor Loeb a especular se o cometa poderia ser uma nave extraterrestre. No entanto, essa hipótese foi rapidamente esclarecida pela NASA, que afirmou que, com base nas informações disponíveis até o momento, o corpo celeste é, na verdade, um cometa natural.
Esse cometa é apenas o terceiro do tipo interestelar já observado em nossa galáxia e é o maior até agora, apresentando um núcleo com cerca de 5,6 quilômetros de diâmetro e uma massa aproximada de 33 bilhões de toneladas. Entretanto, os astrônomos e entusiastas da astronomia terão que esperar um pouco para novas observações, pois, no final de outubro, o 3I/Atlas passará por trás do Sol, tornando-se invisível. Ele deve voltar a ser visível em dezembro, trazendo novas informações e mistérios para explorar.
































