A indústria de jogos tem enfrentado um dilema: muitos títulos atuais priorizam gráficos impressionantes e detalhes visuais em detrimento de uma jogabilidade envolvente e experiências memoráveis. No entanto, algumas empresas, como a Nintendo e a Level 5, continuam a focar na diversão como prioridade. Um exemplo recente é o jogo “Digimon Story: Time Stranger”, que se destaca por oferecer uma experiência única e divertida, mesmo com alguns desafios.
A nova história da série Digimon tem como tema central a transformação. O jogador assume o papel de um agente, que pode ser homem ou mulher, que se vê em um mundo em crise, prestes a ser destruído. Neste cenário, ele é transportado para o passado, onde a viagem no tempo é fundamental para a narrativa. O protagonista, junto com a personagem Inori Misono e seu parceiro Digimon Aegiomon, precisa desvendar os mistérios que envolvem uma guerra entre diferentes facções de Digimons. A relação entre os personagens é bem trabalhada e enriquecida com amizades profundas ao longo da jornada.
Os personagens do jogo, tanto humanos quanto Digimons, são cativantes. Eles possuem personalidades marcantes, como Shellmon, que se destaca em várias situações, e os Irmãos Bearmons, que garantem momentos de diversão. No entanto, a escolha de um protagonista silencioso pode prejudicar a conexão emocional em momentos críticos da história. Apesar disso, a linearidade da narrativa é utilizada de forma eficaz, evitando que o jogador se perca em missões paralelas desnecessárias. As missões secundárias têm um papel importante, pois ajudam a expandir o universo do jogo e a desenvolver as relações entre os personagens.
O combate em “Time Stranger” é baseado em um sistema de RPG por turnos, similar aos jogos anteriores da franquia. Cada Digimon tem fraquezas e vantagens, e o jogador deve montar um time estratégico para vencer as batalhas. Cada Digimon possui ataques únicos e animações de vitória que são agradáveis de se assistir. No entanto, a exploração do mapa é um ponto fraco, com poucas atividades disponíveis, embora o jogo saiba aproveitar seus pontos fortes.
Visualmente, “Time Stranger” é impressionante, trazendo um mundo vibrante onde os jogadores podem até montar em certos Digimons, o que adiciona um charme extra. A mecânica de Digievolução é central para a experiência, exigindo planejamento e treinamento dos Digimons. Os jogadores precisam atender a vários requisitos para liberar as evoluções mais poderosas, tornando essa parte do jogo bastante envolvente.
Apesar da ótima experiência geral, o jogo apresenta algumas dificuldades, especialmente na falta de otimização dos menus. A nova função de digievoluir em qualquer lugar é um avanço, mas a gestão do treinamento dos Digimons na Digi Fazenda pode se tornar cansativa devido à necessidade de navegar por vários menus. Alimentar os Digimons, por exemplo, requer que o jogador faça isso um por um, o que pode ser frustrante.
No entanto, a satisfação de ver um Digimon evoluir compensa esses problemas. “Digimon Story: Time Stranger” entrega uma narrativa rica, com personagens carismáticos e um combate simples, mas cheio de nuances. O jogo recupera a essência da franquia, que sempre aborda temas de evolução pessoal e a importância das amizades. Essa nova aventura mostra que “Digimon” continua a ser uma franquia relevante e emocionante, capaz de tocar o coração dos jogadores de todas as idades. O lançamento está previsto para o dia 1º de outubro de 2025.
































