As ações da Braskem (BRKM5) apresentaram uma queda de quase 4% na sessão desta segunda-feira, 29 de outubro. Esse movimento ocorre em meio a um recuo significativo de mais de 40% nos preços dos papéis desde o início de 2025. A empresa petroquímica parece estar se preparando para uma reestruturação de sua dívida, o que tem gerado preocupações no mercado.
Nos últimos dias, a movimentação negativa das ações da Braskem também afetou os papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4). No fechamento desta segunda-feira, as ações da Petrobras registraram perdas, com a PETR3 caindo 1,89%, a R$ 34,32, e a PETR4 apresentando uma queda de 1,36%, a R$ 31,81.
Um relatório elaborado por analistas do BTG indica que uma reestruturação da Braskem pode ter um impacto direto na Petrobras. A análise sugere que a Petrobras poderia precisar injetar capital para manter até 49% de sua participação na Braskem, caso a dívida da petroquímica fosse convertida em capital próprio sem deságio. Para que isso acontecesse, se 25% da dívida da Braskem, equivalente a US$ 1,7 bilhão, fosse convertida em ações, a Petrobras precisaria investir um valor igual, ou seja, mais US$ 1,7 bilhão, para evitar a diluição de sua participação.
Sob essa estrutura, a alavancagem da Braskem poderia cair para 2,6 vezes a dívida líquida em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda). Isso abriria espaço para a empresa se beneficiar de uma melhora nas condições de mercado. No entanto, o relatório também alerta que, se essa capitalização ocorrer, o dividend yield da Petrobras poderia diminuir em cerca de 0,8 pontos percentuais, caindo para 8,2%. Isso significa que a Petrobras precisaria acompanhar de perto qualquer conversão de dívida para manter sua participação, o que poderia afetar o retorno aos seus acionistas.
As ações da Petrobras já enfrentavam quedas nos dias anteriores, especialmente após a aprovação de um teste no processo de autorização junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para exploração do bloco FZA-M-59, localizado na Margem Equatorial. Embora a aprovação do órgão ambiental tenha sido divulgada na quarta-feira, 24, ajustes foram solicitados antes da concessão da licença final à Petrobras.
O teste de exploração foi concluído em 27 de agosto e é visto pela Petrobras como uma etapa crucial antes da decisão do Ibama sobre a licença de perfuração. Essa perfuração é considerada um dos maiores projetos em andamento para a empresa. Na sexta-feira, 25, a Petrobras já havia protocolado uma resposta ao Ibama em relação às solicitações feitas.
































