Motorista que atropelou jovens em São Caetano acumulava 71 pontos

Motorista que atropelou jovens em São Caetano tinha 71 pontos na carteira, diz advogado

Motorista que atropelou jovens em São Caetano tinha 71 pontos na carteira, diz advogado

As famílias de Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa, ambas com 18 anos, foram vítimas de um trágico atropelamento na noite de quarta-feira (9) em São Caetano. A defesa das vítimas revelou que o motorista envolvido, Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, acumulava um total de 71 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e possuía quatro infrações gravíssimas de trânsito. O advogado Rafael Felipe Dias, que atua como assistente de acusação, informou que se empenhará para que o motorista enfrente um júri popular sob a acusação de homicídio doloso com dolo eventual.

“Chegamos à conclusão, após investigações, de que o acusado possui um histórico de infrações. As quatro multas gravíssimas demonstram uma conduta reiterada. Ele não é um bom motorista”, declarou Rafael. O advogado também apontou que as infrações sugerem que o motorista frequentemente dirigia em alta velocidade. “Multas por farol vermelho e excesso de velocidade acima de 50% são os principais motivos para as gravíssimas, portanto, isso indica que ele já vinha realizando esse tipo de comportamento,” completou.

Brendo estava a bordo de um Honda Civic e, segundo testemunhas, ele estava em alta velocidade na Avenida Goiás quando atropelou Isabela e Isabelli que se encontravam na faixa de pedestres. A Polícia Civil investiga a possibilidade de que o motorista estivesse disputando um racha com um GM Onix branco, cujo paradeiro ainda não foi encontrado.

O advogado Adilson Paulo Dias destacou que há testemunhas que confirmam a tentativa de corrida entre os veículos. “A partir do farol da Universidade Municipal de São Caetano, é possível ver o Civic acelerando e cantando pneus, a ponto de o outro carro não aparecer nas gravações. Todo o cenário indica um grande risco assumido pelo motorista,” afirmou.

A perícia confirmou que o impacto ocorreu na faixa de pedestres, resultando no arremesso dos corpos a mais de 47 metros. O boletim de ocorrência indica que a velocidade do Civic era inaceitável para vias urbanas.

Rafael enfatizou que “ao dirigir a 100 km/h em uma avenida movimentada, ele assume o risco.”, ressaltando a natureza do crime. “Ele pode não ter saído de casa com a intenção de matar, mas assumiu o risco de causar esse resultado”, finalizou.

Além de Rafael Felipe Dias, os advogados Adilson Dias e Humberto Spada também representam as famílias das vítimas, com o compromisso de buscar responsabilização em esferas cível e criminal.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de São Caetano e será enviado à Justiça, onde o Ministério Público avaliará a manutenção da acusação de homicídio doloso com dolo eventual.

A reportagem tentou contato com a defesa do motorista, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.

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