O bitcoin, a principal criptomoeda do mundo, atingiu sua máxima histórica de US$ 124.128 no dia 14 de agosto. Desde então, a moeda digital passou por uma correção significativa, com uma queda de 11% em relação ao seu pico. As criptomoedas menores também enfrentam perdas mais acentuadas nesse período. No entanto, especialistas afirmam que o chamado “inverno cripto”, um período de baixa prolongada no mercado de criptomoedas, ainda não chegou.
Valter Rebelo, que é o chefe de criptoativos da Empiricus, aponta que a atual queda dos preços é resultado de um processo de desalavancagem no mercado de criptomoedas. Entre os dias 21 e 22 de agosto, mais de US$ 1,5 bilhão em posições compradas foram liquidadas. Somente no dia 22, houve um novo pico de liquidações, totalizando US$ 1,1 bilhão. Rebelo destaca que isso foi o segundo grande evento de liquidações na mesma semana, após um ocorrido no domingo anterior.
Além disso, o mercado foi afetado por notícias relacionadas às chamadas “tesourarias de ativos digitais”. Essas são empresas de capital aberto que investem em criptomoedas para atrair investidores interessados nesses ativos. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) e a Autoridade Reguladora do Setor Financeiro (Finra) iniciaram investigações sobre possíveis práticas de “insider trading” envolvendo essas empresas. Rebelo explica que algumas dessas companhias compraram criptomoedas como dogecoin e hyperliquid, e traders se anteciparam a esses anúncios para lucrar com as movimentações.
Apesar das quedas, Rebelo acredita que há razões para considerar que isso é apenas uma correção temporária. Um dos principais fatores é o ambiente macroeconômico. Segundo ele, a economia dos Estados Unidos está em crescimento, com juros em queda e crédito em expansão, o que é positivo para ativos de renda variável, incluindo as criptomoedas. Ele menciona que o período entre outubro e dezembro costuma ser favorável para o mercado cripto e prevê que o bitcoin pode alcançar US$ 150 mil até o final do ano, impulsionado por uma maior liquidez global.
Vinicius Bazan, CEO da Underblock, também observa que o bitcoin já passou por correções significativas de 20% durante o atual ciclo de alta, iniciado em 2023, e a recente queda ainda não chegou a esse patamar. Ele ressalta que os fundamentos continuam favoráveis, com a economia americana apresentando sinais de melhora e novos investidores ingressando no mercado de criptomoedas.
Sobre as altcoins, Rebelo acredita que não haverá uma “altseason” semelhante à de 2021, quando muitos tokens menores dispararam. Ele explica que atualmente há menos liquidez disponível para um número maior de ativos, o que exigirá mais habilidade dos gestores para identificar oportunidades de investimento. A performance do ether, que caiu 18,3% após atingir uma nova máxima histórica de US$ 4.946 em 24 de agosto, é um reflexo dessa dinâmica de mercado.
































