Uma agente de segurança federal, que teve seu nome associado a um ataque frustrado com bombas caseiras em 6 de janeiro de 2021, conseguiu se desvincular da suspeita ao apresentar um álibi. Ela mostrou um vídeo em que aparece brincando com seus cachorros no momento em que as bombas foram colocadas. O FBI, após essa prova, confirmou que ela não é mais considerada suspeita do caso.
A situação gerou preocupação entre alguns oficiais do governo anterior de Donald Trump, especialmente sobre como uma mulher inocente teve seu nome ligado publicamente a um crime tão grave. A identidade da agente e o local onde trabalha não foram revelados, e a agência federal responsável por sua segurança não comentou o caso.
Fontes relataram que um grupo sob a supervisão de Tulsi Gabbard, diretora de Inteligência Nacional, elaborou um memorando que identificava a mulher e fazia alegações de que ela havia colocado explosivos em frente a escritórios de partidos Democrata e Republicano. O documento foi criado após o escritório receber informações de uma fonte externa. Um porta-voz do ODNI, órgão que Gabbard lidera, afirmou que a agência recebeu uma dica de alguém ligado a um meio de comunicação sobre possíveis atividades ilegais de uma pessoa supostamente ligada a uma agência de inteligência.
O memorando não finalizado foi compartilhado com funcionários seniores do local de trabalho da agente de segurança e também circulou entre alguns membros da administração Trump, criando expectativas de que o caso, que já tem quase cinco anos, poderia ser resolvido. No entanto, o conteúdo do documento pegou de surpresa oficiais do FBI, do Departamento de Justiça e da Casa Branca.
Após a circulação do memorando, um veículo de notícias conservador publicou uma matéria que continha detalhes semelhantes aos do rascunho, incluindo o nome completo da mulher. A matéria afirmava que a equipe havia identificado a mulher após analisar vídeos e usar um software de análise de marcha, que comparou seu padrão de caminhada com o de uma pessoa vista nas câmeras de segurança, suspeita de ter plantado as bombas.
O rascunho do memorando, que tinha a marca do ODNI, foi redigido por Paul McNamara, que lidera um grupo sob a direção de Gabbard. Este grupo é responsável por assegurar “transparência e responsabilidade” nas atividades relacionadas à inteligência. Um porta-voz do ODNI explicou que a agência cumpriu seu dever de relatar informações sobre as alegações feitas contra a agente de segurança.
A reportagem do veículo conservador gerou ampla cobertura na mídia e discussões nas redes sociais, especialmente entre apoiadores de Trump. A notícia sobre essa suposta nova pista no caso chegou ao ex-presidente, embora não esteja claro como isso ocorreu. O incidente das bombas é um dos mistérios que persistem em relação aos eventos que aconteceram em 5 de janeiro de 2021, véspera do ataque ao Capitólio. Até o momento, nenhum suspeito foi preso ou identificado, e o FBI confirmou que as bombas eram viáveis, mas não detonaram.
Embora o documento não tenha sido mostrado à imprensa, fontes afirmaram que McNamara acessou arquivos confidenciais para obter informações sobre a mulher, incluindo seu local de trabalho e número de seguridade social. Gabbard, após o ocorrido, se distanciou do memorando, afirmando que as informações sobre a mulher se espalharam sem seu conhecimento enquanto ela estava fora do país. Um representante do ODNI também informou que o rascunho não havia sido revisado ou aprovado pela liderança da agência.
Essa situação e outras foram vistas internamente por alguns oficiais seniores como uma interferência em áreas que não eram de competência do escritório do diretor de inteligência nacional. Fontes relataram que a agente de segurança cooperou com o FBI, e seu advogado declarou publicamente que ela não cometeu nenhuma irregularidade. Após um breve período de licença, a mulher retornou ao trabalho. O FBI afirmou que continua a investigar o caso das bombas.