O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, pediu que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pare de “desperdiçar o tempo do mundo”. A secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Yvette Cooper, também se manifestou, afirmando que Putin deve “encerrar a bravata e o derramamento de sangue” e buscar uma negociação pela paz. O ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, destacou que está “óbvio” que o Kremlin não está interessado em paz, em meio a reações de líderes europeus sobre as conversas sem resultados entre enviados dos Estados Unidos e Putin em Moscou.
Na Grã-Bretanha, o Rei Charles mencionou diretamente a “agressão russa” ao receber o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. O monarca afirmou que ambos os países estão “unidos em apoio à Ucrânia e na defesa da Europa contra a ameaça de mais agressões russas”. Desde o início da invasão russa, o rei tem demonstrado forte apoio à luta da Ucrânia. Seus comentários podem ter chamado a atenção de Donald Trump, que, após ter criticado o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em uma reunião na Casa Branca, mudou sua postura após uma visita de estado do rei, onde ele enfatizou a importância da defesa da Ucrânia.
Trump, que ainda está envolvido em tentativas de estabelecer um acordo de paz, afirmou que o caminho a seguir é incerto, embora os diálogos entre seus enviados e Putin tenham sido “razoavelmente bons”. No entanto, essas conversas não resultaram em avanços concretos. O presidente dos EUA disse que Putin gostaria de chegar a um acordo, mas não pôde prever os resultados, ressaltando que “é preciso duas partes para dançar”. Trump também mencionou que os Estados Unidos tinham um plano bem elaborado em conjunto com a Ucrânia.
Enquanto isso, o Kremlin informou que Putin aceitou algumas propostas dos EUA para acabar com a guerra, mas “compromissos ainda não foram encontrados”. O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente, Jared Kushner, se encontrarão com o principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, na Flórida nesta quinta-feira.
A marinha romena anunciou a destruição de um drone marítimo que estava ameaçando a navegação no Mar Negro, afirmando que se tratava de um “Sea Baby” usado pelas forças de segurança da Ucrânia. No entanto, a SBU, agência de segurança da Ucrânia, afirmou que todos os seus drones desse tipo na região estavam contabilizados e que nenhum havia sido perdido ou estava em águas romenas.
A equipe geral das Forças Armadas da Ucrânia informou que realizou ataques recentes a alvos russos, incluindo um depósito de petróleo na região de Tambov, na Rússia, e um posto de observação no Mar Negro. A destruição de dois tanques de petróleo no depósito de Livny, na região de Oryol, também foi confirmada. Além disso, as tropas ucranianas afirmaram ter recuado as forças russas para a periferia norte de Kupyansk, na região de Kharkiv, criando uma “zona de morte” que dificulta o retorno dos invasores.
O Instituto para o Estudo da Guerra declarou que Putin exagerou ao afirmar que a captura de Pokrovsk tinha grande importância estratégica. O instituto não encontrou evidências que confirmassem a completa captura da cidade, e a Ukraine também negou ter perdido completamente o controle de Pokrovsk. Imagens de drone mostraram que Myrnohrad, próximo a Pokrovsk, estava em ruínas e quase cercado por tropas russas.
A Grã-Bretanha e a Noruega irão operar em conjunto uma frota de navios de guerra para monitorar submarinos russos no Atlântico Norte, com o objetivo de proteger infraestruturas subaquáticas que, segundo autoridades ocidentais, estão cada vez mais ameaçadas por Moscou. O Ministério da Defesa do Reino Unido informou que os avistamentos de embarcações russas em águas britânicas aumentaram em 30% nos últimos dois anos.
A Comissão Europeia avançará com um financiamento para a Ucrânia utilizando um empréstimo baseado nos ativos congelados da Rússia. Em resposta a preocupações levantadas pela Bélgica, que abriga a maior parte desses ativos, a Comissão também propôs uma opção alternativa: um empréstimo da UE baseado em endividamento comum. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que as duas propostas garantirão que a Ucrânia tenha os meios para se defender e avançar nas negociações de paz de uma posição de força.
A Assembleia Geral da ONU solicitou o retorno imediato e incondicional das crianças ucranianas que foram “forçosamente transferidas” para a Rússia. A resolução não vinculativa foi aprovada por 91 votos a 12, com 57 abstenções, e a Rússia foi um dos países que rejeitaram a medida. A Ucrânia acusa a Rússia de ter sequestrado pelo menos 20 mil crianças desde o início do conflito em fevereiro de 2022.
A Austrália e a Nova Zelândia se tornarão os primeiros países não membros da OTAN a contribuir para um fundo que compra equipamentos militares essenciais para a Ucrânia. Essa contribuição inclui 50 milhões de dólares australianos para a lista de requisitos prioritários da Ucrânia, sob a qual a OTAN compra armas para o país a partir dos EUA. A Austrália também doará equipamentos e suprimentos militares no valor de 43 milhões de dólares, incluindo radares de defesa aérea tática, munições e equipamentos de engenharia de combate.
Além disso, a Austrália anunciou a sanção de mais 45 embarcações da “frota sombra” da Rússia, usadas para tentar evitar sanções sobre suas exportações de petróleo, além de impor sanções financeiras e proibições de viagem a mais de 1.180 pessoas e 293 entidades. A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, afirmou que, como resultado das ações do governo, as importações diretas australianas de produtos energéticos russos caíram de 80 milhões para zero, embora uma “brecha” nas sanções tenha permitido que produtos de petróleo refinados em outros locais chegassem à Austrália. Wong pediu que as empresas australianas garantam que suas cadeias de suprimentos não financiem indiretamente o governo russo.