247 – O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador deve oficializar, nesta terça-feira (22), o resultado das eleições presidenciais realizadas em 13 de abril. O anúncio acontece em meio a intensos questionamentos por parte da oposição e denúncias de fraudes apresentadas pela candidata Luisa González, da Revolução Cidadã.
O candidato Daniel Noboa, que obteve 55,63% dos votos, ampliou sua vantagem com a contagem dos votos de eleitores no exterior, etapa que segue até o final da semana. A presidente do CNE, Diana Atamaint, declarou que a Audiência Pública Nacional de Contagem de Votos será reaberta assim que a Junta Especial de Relações Exteriores concluir a apuração das urnas internacionais. Somente após isso o CNE poderá divulgar oficialmente o resultado e abrir espaço para eventuais contestações.
Luisa González já anunciou que pretende solicitar uma recontagem, com base em um relatório preliminar da Organização dos Estados Americanos (OEA) e em dados coletados por sua equipe. Em coletiva de imprensa, a candidata enfatizou que “houve irregularidades em todo o processo eleitoral” e prometeu apresentar evidências de manipulação na contagem dos votos.
Ela argumentou que o processo eleitoral foi comprometido desde o início, apontando que a campanha de Noboa ocorreu sem licença formal e em desacordo com a legislação eleitoral. Além disso, acusou o presidente de fazer uso indevido de recursos públicos, ao distribuir bônus sociais sem respaldo técnico e ao declarar estado de emergência para fins eleitorais, afirmando: “Foi um processo repleto de infrações, e isso precisa ser investigado.”
O relatório da missão de observadores da OEA também identificou falhas técnicas significativas. Apesar de não terem encontrado evidências de fraude eleitoral deliberada, os observadores concordaram que houve irregularidades durante o processo. A falta de licença para o candidato vencedor, o uso de recursos públicos para campanhas e a decretação de estado de exceção foram citados como violações que merecem investigação.
A oposição e movimentos sociais ligados à Revolução Cidadã prometem manter a mobilização para exigir transparência no processo eleitoral. Luisa González afirmou que respeitará os meios institucionais e levará as evidências ao Tribunal Contencioso Eleitoral, finalizando sua declaração com a frase: “Não se trata de uma questão de perder ou ganhar. Trata-se de respeitar a vontade do povo e garantir a legitimidade democrática.”