BC proíbe fintechs não licenciadas de usar termos bancários

BC proíbe fintechs sem licença de usar termos como “banco” e “bank”

© Marcello Casal JrAgência Brasil

As instituições financeiras que não têm autorização para operar como banco estão proibidas de usar os termos “banco” ou “bank” em seus nomes, marcas, domínios de internet e em qualquer forma de comunicação com o público. Essa nova regra foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e entra em vigor imediatamente. A medida foi divulgada pelo Banco Central (BC) após uma reunião do CMN.

A decisão afeta principalmente fintechs e empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros, como instituições de pagamento e sociedades de crédito, mas que não possuem licença específica para funcionar como bancos. O Banco Central esclareceu que o uso inadequado desses termos pode levar os consumidores a entender incorretamente os serviços que estão sendo oferecidos. A nova norma determina que as instituições não podem utilizar expressões que sugiram tipos de serviços para os quais não têm autorização.

Essa regra está contida na Resolução Conjunta 17/2025 e se aplica a nomes empresariais, nomes fantasia, marcas, domínios de internet e qualquer forma de comunicação com o público. Fintechs que fazem parte de grupos que possuem pelo menos um banco autorizado poderão continuar utilizando a denominação de “banco”. O Banco Central acredita que essa padronização ajudará a evitar confusões entre os consumidores e aumentará a transparência sobre os serviços que cada instituição pode oferecer.

O objetivo da medida é acompanhar o crescimento das fintechs no mercado e atualizar a regulação em resposta aos novos modelos de negócios que estão surgindo no sistema financeiro do país. As instituições que não cumprirem a nova regra têm um prazo de 120 dias para apresentar ao Banco Central um plano de adequação, que deve incluir procedimentos e um cronograma para implementar as mudanças. O prazo máximo para que a adaptação seja finalizada é de um ano.

De acordo com o diretor de Regulação do Banco Central, Gilneu Vivan, a iniciativa visa oferecer mais clareza aos consumidores e reforçar a segurança do sistema financeiro. Ele destacou que a utilização de nomes que não correspondem aos serviços autorizados pode gerar confusão e riscos para o sistema como um todo.

Estimativas do Banco Central indicam que entre 15 e 20 instituições podem ser impactadas por essa nova regra. Um dos casos notáveis é o do Nubank, que tem autorização para atuar como instituição de pagamento, sociedade de crédito e corretora de valores, mas não como banco. A fintech já informou que está analisando a nova regulação e que seus serviços continuam operando normalmente.

A criação dessas regras seguiu uma consulta pública realizada entre fevereiro e maio deste ano, e o tema estava sendo debatido internamente pelo Banco Central como parte de um esforço para padronizar as nomenclaturas e aumentar a fiscalização sobre as instituições financeiras.

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